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Quya Reyna: “Não quero ser subalterna a vida toda porque sou indígena.”

Quya Reyna: “Não quero ser subalterna a vida toda porque sou indígena.”

A jovem escritora boliviana Quya Reyna , de origem aimará , acredita que "na Bolívia, em geral, os povos indígenas foram muito romantizados e estigmatizados, já que foram vítimas do discurso político da esquerda", em entrevista à EFE em Madri.

Reyna Maribel Suñagua Copa (El Alto, 1995) apresentou Los hijos de Goni , um livro de crônicas que investiga a repressão ordenada pelo Governo de Gonzalo Sánchez de Lozada (Goni) em outubro de 2003, que deixou mais de 60 mortos em El Alto e outras regiões do altiplano boliviano e forçou a renúncia do ex-presidente.

Indigenismo e mestiçagem

Conhecida como Quya (Rainha) Reyna, os temas do indigenismo e da mestiçagem são uma constante na obra desta escritora e comunicadora.

"Há uma nação que é priorizada na Bolívia, que é a boliviana", diz Reyna, que também pede o reconhecimento de outras identidades no país.

A jovem escritora boliviana Quya Reyna, de origem aimará. Foto: EFE. A jovem escritora boliviana Quya Reyna, de origem aimará. Foto: EFE.

Por exemplo, explica o autor, em El Alto (na região metropolitana de La Paz) muitos jovens "cresceram entendendo aimará, e até falando", mas sua língua principal é o espanhol, embora salpicado de palavras de origem indígena.

Na Bolívia, ele continua, " os indígenas foram muito romantizados e estigmatizados desde a vitimização com base no discurso político da esquerda e, obviamente, isso vai gerar uma reação, uma repercussão, pessoas que não querem ficar presas nesse estereótipo, então muitas pessoas de Salta, por exemplo, se consideram mestiças, mas isso não as faz renunciar à sua origem, que é aimará, quéchua."

Goni's Children tenta "desmistificar os povos indígenas de El Alto", diz ele, "porque eu não me considero indígena", apesar de ser aimara, "porque os povos indígenas são frequentemente vistos como subalternos, e eu não quero ser subalterno a vida toda".

Rede de apoio

Considerada uma das jovens escritoras latino-americanas que retratam espaços periféricos e dão voz a minorias, Reyna reconhece o apoio fundamental que recebeu de outras contadoras de histórias, como Gabriela Wiener (escritora e jornalista peruana) e Daniela Catrielo (escritora e poetisa mapuche chilena).

A jovem escritora boliviana Quya Reyna, de origem aimará. Foto: mídia social. A jovem escritora boliviana Quya Reyna, de origem aimará. Foto: mídia social.

"Graças a Gabriela e Daniela, ocupei espaços que antes não havia projetado", diz ela, agradecida.

Em um contexto literário dominado pelos setores mais bem posicionados da sociedade, Reyna, Wiener e Catrileo criam uma literatura "mais próxima das realidades de certas cidades e espaços periféricos" dos quais conseguiram "fazer parte".

Em sua opinião, os cholos, os indígenas, os aimarás, os quéchuas... "estão construindo suas próprias redes", e "é evidente que as mulheres predominam" e são elas que lideram esse espaço literário.

Clarin

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